Banalizações de diagnósticos na atualidade

Hoje, a clínica psicanalítica vem recebendo seus analisantes, com a necessidade de pensar a cultura e as novas configurações da sociedade atual na qual vivemos. Vêm crescendo alarmantemente, o número de crianças, adolescentes e adultos que afirmam ter algum transtorno. Na maioria dos casos, não se trata de um diagnóstico médico, mas de alguma identificação com conteúdos generalistas que circulam nas mídias ou identificações com outras pessoas/grupos. Por outro lado, de forma preocupante, também chegam pacientes diagnosticados por profissionais de saúde a partir de uma consulta breve, sem um acompanhamento sério.

Na psicanálise, o diagnóstico diferencial dá uma ideia quanto ao manejo do analista, mas não é o foco principal, visto que compreende o sujeito com suas diferenças e o convoca a falar sobre o saber de si mesmo, sem a necessidade de um rótulo, ou seja, sem o nome de um transtorno que o traduza.

Este então, seria o motivo para pensar a sociedade atual na qual estamos inseridos, pois, frente à avalanche de informações que vendem uma vida perfeita, parece não se poder mais sofrer, deprimir, frustrar, perder... sentir! Qualquer sentimento diferente do ideal esperado vem carregado então, de uma patologização. Considerando esse panorâma, um espaço de análise visa a autonomia do sujeito frente às questões que lhe atravessam e leva à uma oportunidade de viver sem o peso de ideais imaginários.